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Farinha integral e raspa residual de mandioca na alimentação de frangos de corte

Dentre os alimentos alternativos que têm sido estudados, estão os produtos e/ou subprodutos da industrialização da mandioca, dado as suas características de produtividade e potencial energético. Em termos de produtividade, a cultura da mandioca apresenta um melhor rendimento que a do milho, embora seu ciclo de produção seja maior e a quantidade de matéria seca (34%) seja menor que a do milho (87%).

Os subprodutos derivados da mandioca, possíveis de serem usados nas dietas de frangos, são: farinha ou raspa integral, (raiz lavada, relada, seca e moída); farinhão ou resíduo da extração do amido; feno da rama (terço superior da planta seco e triturado) e raspa residual (raiz ralada, prensada e desidratada).

O valor nutritivo desses alimentos, principalmente no que diz respeito a proteína bruta, fibra bruta e energia metabolizável deve ser considerado em relação ao milho. Com exceção do feno da rama de mandioca, esses alimentos são pobres em pigmentos, requerendo uma suplementação para melhorar a pigmentação das aves.

Com o objetivo de verificar a utilização da farinha integral (FIM) e raspa residual de mandioca (RRM) em rações para frangos de corte foram realizados seis experimentos. A farinha integral de mandioca foi utilizada em quatro experimentos sendo dois com dietas isocalóricas, um no período de inverno e outro no verão, e mais dois com dietas heterocalóricas, nos mesmos períodos, utilizando frangos de corte de 1 a 56 dias de idade. As dietas foram isoproteicas, atendendo às exigências nutricionais nas diferentes fases de criação.

Através dos resultados dos dois experimentos com dietas isocalóricas, concluiu-se que é viável a substituição do milho em 66,66 por FIM, quando as aves foram criadas até 42 dias de idade e, em 100% quando as aves forem criadas até 56 dias de idade. Quanto aos dois experimentos com dietas heterocalóricas os resultados mostraram que somente foi possível a substituição do milho por FIM em até 33,33% do milho em rações de frangos de corte criados até 56 dias de idade. Desse modo, verificou-se que as rações heterocalóricas com os níveis maiores de substituição não proporcionaram ganho de peso e conversão alimentar equivalentes a ração testemunha, provavelmente, em função do menor valor energético das respectivas dietas em confronto com a testemunha.

Outros dois experimentos visando verificar a inclusão de raspa residual de mandioca (RRM), um com dietas isocalóricas e outro com dietas heterocalóricas, foram realizados com frangos de corte no período de 1 a 42 dias de idade. Neste caso, pelos resultados de desempenho obtidos, verificou-se que em dietas isocalóricas é possível utilizar 3% de RRM na fase inicial (28 dias) e até 9% na fase final (40 dias de idade), sem prejuízo no desempenho das aves. No entanto, quando se utiliza dietas heterocalóricas, somente é viável a utilização de 8% de RRM na dieta, na fase final.

Pelos resultados obtidos nestes seis experimentos, concluiu-se que é possível adicionar FIM ou RRM nas proporções acima indicadas em dietas de frangos de corte, sem prejudicar seu desempenho. No entanto, é importante que se leve em consideração a viabilidade econômica desta substituição, bem como o suprimento das exigências nutricionais das aves. A utilização da mandioca e/ou de deus derivados, só será economicamente viável em regiões onde há escassez de milho, ou quando houver disponibilidade da mesma no mercado.


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